Quem vai reconhecer-me além
Da brusca aparência cotidiana
Na intransparência da dor
Sob sorrisos
Quem vai salvar-me então
Dos terrores desconhecidos
por quem vê estrutura frágil e lacrada
Quem vai lembrar-me
De meus caminhos
Quando eu mesma não souber quem sou
Onde encontrar
No aglomerado de rostos sem face
Rotos alicerces de sobrevivência teleguiada
A essência esconde-se
E passa despercebida diante das janelas gradeadas