Um momento de serenidade que me foge à razão, uma segurança tão antes desconhecida que quase comove, quase imuniza, quase imacula. Uma plena sensação de assistir. Como logo alguém tão disparadamente ansiosa de repente tem o coração sem palpitações? De maneira alguma confundida com qualquer desmotivação. Seguida de uma fome voraz, de exitar nenhum sobre atirar-se à realização das vontades. Beira a arrogância. Porque sentir-se tão senhora de tudo sempre me pareceu arrogante, antes, antes de sentir.
Meu ser canceriano desacredita e dá risada, risada daquele tipo estranho e infantil que não sei conter. Que faz rirem do meu riso. Que mostra todos os dentes da minha boca gigante antes que eu leve a mão para escondê-la. Que espreme meus olhos. Que faz ruído. Que sacode meus ombros. Que expõe. Que explode. E gargalha.
Sonhei atirando-me no abismo, sorrindo, porque descobri que tenho asas.