Não suponha de amor, meus lamentos
Esse que é tão estrangeiro de mim
Quanto qualquer outro que nunca vi
Tal qual deduzo perfis europeus, asiáticos,
africanos, maori
Porém não sei qual exata face
Gosto, cheiro, aroma e personalidade
Assim me é
De muito falar ouço, em silêncio
Pois não há além de um suspiro
Outro que possa expressar o que dele sei
Sim, conheço o desejo, a luxúria, o apego
A proximidade e algumas outras poucas sutilezas físicas
Embaçadas sob meia luz
Afetos de laços dados por ocasião
Especiais, mas ainda não
Há pouco com estranheza rompe meu quase sono
Um rosto, confusas memórias, disritmia
e outras sensações que ignoro
Mas a manhã traz o cheiro de falsos contos
Deixando no mesmo emaranhado de hipóteses e verdades caídas
A face escondida do tão falado amor
Portanto, sem conhecê-lo
Não há porque julgar por tal a minha dor.