11.10.08

Tão bem, meu bem

"Ela entrou e eu estava ali
Ou será que fui eu que ali entrei
Sem sequer pedir a menor licença?
Ela de batom caqui
Com os olhos olhava o quê? Eu não sei
Olhos de águas vindas
De outros oceanos

Ela me olhou - Quem?
Quem sabe com ela
Eu teria as tardes
Que sempre me passaram
Como imagens, como invenção!

Se eu não posso ter
Fico imaginando
Eu fico imaginando

Ela amou o que estava ali
Ou será que foi dela o que eu já amei
Como os laços fixos de uma residência?

Ela: Alô!? E eu não reagi
Com os olhos olhava o que eu lembrei
Quando andava indo
Em outra direção

Ela me olhou - Vem!
Quem sabe com ela
Eu veria as tardes
Que sempre me faltaram
Como miragens, como ilusão!

Se eu não posso ver
Fico imaginando
Eu fico imaginando

Ela andou e eu fiquei ali
Ou será que fui eu que dali mudei
Com uns passos mudos
De uma reticência?

Ela me olhou bem
Quem sabe com ela
Eu teria achado
O que sempre me faltava
Cores, colagens, sons, emoção?

Se eu não posso ser
Fico imaginando
Eu fico imaginando

Virá com ela que entrega
Virá, sim, assim virá que eu vi
Virá ou ela me espera
Virá, pois ela está ali".

(Ali - Skank)


Skank, uma das poucas bandas "atuais" (digo com menos de 20 anos) que gosto na música nacional. Fórmula simples feita com qualidade, letras interessantes, talvez seja a tal da "música sincera". Apesar de trilha de novela e fichinha carimbada das rádios a postura dos músicos mostra a mesma cara que o som da banda: inteligente, por dedicação e sinceridade, sem afetação ligada a estarem expostos na mídia. Admiro e gosto. Essa é uma das canções que mais tenho ouvido ultimamente, por costume de me identificar com as letras, comparando sensações (É, essa palavra se repete muitas vezes aqui, mas é porque tudo para mim é sensitivo de uma forma além do habitual. Eu sou "toda sentires").

"Brincando de imaginar outros
'Quem sabe' nesses já muitos
Tão a vontade incerteza
Há tanto, ainda
Que a ida nunca será adeus".