Minha doença afetou a capacidade de usar mentiras desnecessárias, agredir com propósito, encenar sentimentos, violentar por vontade. Ela expôs minha face sem máscaras a sensibilidade das sensações, as dores mais fundas.
Eu invejo a casca dura que cobre os rostos, molda os risos, plastifica a ponta dos dedos, interpreta falsidades descaradas. E morro, morro pela falta de antídotos genuínos, sensações verdadeiras, criatividade, ações passionárias, sofreguidão. Eu morro. O tempo todo.