30.12.08

Não vou mais esconder-me sob o descaso para não assumir que na verdade o que eu sinto é medo. Fingir não importar-me só para agradar meu ego inflado de que não vai doer. Admitir querer assume ficar vulnerável ao querido, estapeia minha pretensão de controlar até o poder, mostra-me frágil e impune. Mas agora escancaro toda fraqueza. Mate-me, se quiser. É hora de descer desse trono criado para mentir para mim mesma que nada atingiria-me. Porque eu sei que atinge. Um olhar de altivez já não é meu escudo. Agora eu quero prostrar-me às ameaças à queima roupa. Destruam minha defesa. Lutarei nua. Desejo olhares de humilhação. Pela primeira vez ofereço-me como alvo, sem armadura. Sangrarei a verdade.