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Queria ser um animal
De racionalidade coerente
E não essa dúvida constante
Essas vontades mutantes
Essa insatisfação
Fome
Que não passa
Queria não sentir a dor
Dessa parte de você que eu odeio
Nem ver como erro meu esse estar
Ou desejar outro lado
Antes de fechar os olhos
Só o medo que traz à garganta uma fuga súbita
Feito um nó
Às vezes não deixa-me respirar
Teu ar
Às vezes creio que preciso matar-te
Para trazer-me paz
Às vezes eu quase acredito
E na maioria do tempo, só temo
Confundo tudo com nada.
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Eu maltrato o que amo. É um aprender que não seja assim. Ensina-me você tanto quanto eu agora. E saiba.
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