1.7.09

Atordoada pelo fluxo contínuo de delírios, como flashs de um presente na velocidade da luz. Perco-me entre sensações sem saber dizer o que o próximo instante contradirá. Sou sem reconhecer-me. Como não fosse de mim nem de outro. Como se fosse algo sem nome pairando sobre tudo e sugando de cada um pouco retido por instantes cronometradamente vagos. Sucessão de ser-não-ser pungente. Ululando, como a sonoridade de um riso, o mesmo que solto largo quando percebo. O absurdo faz-me rir. E o sentir não ser absolutamente coisa nenhuma traz-me o alívio genuíno do nada. Se isso for morrer, estou indo em paz.


*


O mundo perfeito é esse onde o resto fica do outro lado do monitor. A proximidade me apavora. Enoja, cansa, aborrece. Verbo que agrada-me conjugado em espanhol: Me aburre. Me aburre. Me aburre. Essa é minha frase preferida.

E pensar tudo isso ouvindo Marcelo Camelo às 2 horas da manhã.