A palheta toca
Som de batelão
E parte-me
Repartida em paredes departamentais
A música do motor
No cheio Acre de janeiro
Olhos tontos de computador
Mergulho na sopa instantânea
Para enganar a fome
De água, de carne refrescada
Procurando países distantes
No Google
Janela que dá para dentro de mim
Roendo unhas como quem mata horas
Nas mãos, cinco
No relógio às seis
O olhar entardece com o sol no Rio
Vagando sim, libertos não
Iremos, os dois, anoitecer.
*Poema que comecei a escrever pretendendo enviar ao Prêmio de Literatura Garibaldi Brasil, mas não terminei nem enviei. Vai o rascunho aqui.