
Grafite sobre papel, ano 2006
Por que diabos tenho o olhar cansado de quem muito viu, se a vida me é ainda uma estrada prematura, mesmo que por ares mais cheios e mergulhos mais fundos do que ousam ir [os outros]? São poucos os anos que percorreram meus dias, porém esses parecem vistos há tanto... Cansam-me os enfadonhos anseios enrubescidos por infindas mesmices sem tamanho tomadas a grandes goles como tempestades. Me cansa como quando sento em frente a televisão e acompanho novelas por capítulos de aposta certeira. Tudo me cansa, me cansa. Sentada eu acompanho as fôrmas das formas devidas e me canso do sem riscos, faço bigodes a lápis no comum, que nem são notados [covarde distração, neles, os riscos doem]. Me cansa.
Porém, uns entre outros enxergam no buço os traços torpes e riem. Ah! Então vendo seus risos encho-me de graça, partindo em suas direções como abutre faminto. Vêem?! E daí descorre um sem fim de pensamentos jorrados em alto e bom som, enquanto passam [os outros] estranhando o encantamento. "Mas que gozado! Nos olham espantados e se vão, com bigodes, sem perceber".
Porém, uns entre outros enxergam no buço os traços torpes e riem. Ah! Então vendo seus risos encho-me de graça, partindo em suas direções como abutre faminto. Vêem?! E daí descorre um sem fim de pensamentos jorrados em alto e bom som, enquanto passam [os outros] estranhando o encantamento. "Mas que gozado! Nos olham espantados e se vão, com bigodes, sem perceber".