5.8.08

Sequência de pensamentos aleatórios amontoados em madrugada desconexa destinados a causa duvidosa

Nada mais importa além de tentar desviar meus anseios dessa causa confusa que volta a rondar meu peito quando espreita tua presença. Que antes do ritual doentio de enterrar-te vivo eu descubra como matar-te de mim. Manter-me impune a esse estar fugídio que faz das horas suplícios insones, esperas infindas, perguntas indissolúveis. Tornar a partida um momento que não parta-me. Escapar do roteiro sem porquê quase litúrgicamente traçado em meu peito de apassiguamento-tumulto nessas idas e vindas. Isso tudo dançando sobre um fina linha imaginária entre nós, nós que deixamos de desatar por descuido, descaso, distúrbio ou medo. Nós que não é além de eu, só, tu. Nós que perdem-se na poeira de existir sim/não. Tão nitidamente cru o não haver sentido sentir, assim. Seria, sim seria [tão] fácil virar as costas se atrás delas também não estivesse essa sensação de completude, saciamento mão, perna, braço, boca, pele, voz, pensamento, sorrisos de canto de boca, abestalhamento, vontade, vontade, vontade.
Sem saber, fico repetindo queváqueváqueváqueváquevá na tentativa de afastar essa certeza de que o falso sepultamento tornar-se-á estar pulsante tão logo tu, presa, volte à vista da minha fome de rapina. Bom seria que o partir fosse um corte fundo para arrancar-te de mim e finalmente deixar-me estar ilesa à tua aparição.
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Quisera esmurrar tua face até que misturada com saliva e sangue cuspisses por entre os dentes sujos a minha paz.

Curar a febre desse mal que traz calafrios doces.