19.8.08

Sobre saúde e bem estar

Saboreio sem zelo
Satisfazer doce de não me importar
Espalho sujeira
Lambuzo os dedos
Alheia a quem também possa ter
Fome
Alheia a quem também possa ter
Cravo unhas, dentes
Mordo, misturo saliva
Não deixo restos
Esqueço rastros
Largo a louça suja na pia
Parto
Quebro pratos
Arroto na cara do exposto
Tiro sarro
Maltrato
Rio da desgraça alheia
Me farto.

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Como jaz a xícara de chá gelado sobre a mesa e o vento da tarde na varanda, acalmo. Já não, não, não transbordam cálices de embriaguez aflita buscando saciar sedes infindas nem palpita o peito trêmulo de espera, pairo. Observo no lugar aquilo que deve estar, ao toque dos dedos, sem interessar-me de que forma, tomo e recebo, sem alterar-me quanto, quando, como. Suficientemente tanto é cada vez que é. Basta. Que seja [o que acalenta, protege, espasma, extasia, ama, toca, desperta, alimenta, alegra, completa]. Assim, seja, além já não, não, não anseio, sinto. Forma única de salvar-se das garras ladras das tormentas. Guardo em mim, largo no ar e assim seja assim, o que for, incondicional para sê-lo, a si mesmo e meu [para sempre]. Nada quero que não me pertença, tenho. Basta.