4.3.09

Inês é morta.

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Inês de Castro (1320-1355) era prima de D. Pedro I e dama de companhia de sua esposa, a princesa Constança. Quando D. Pedro I a viu, ficou tão atraído por sua beleza que acabou apaixonando-se, mas o rei Afonso IV, pai de Pedro, insatisfeito com aquela situação, mandou que a prendessem em um castelo na fronteira com a Espanha. Em 1345 a princesaConstança morreu e então o príncipe, contra as ordens do pai, trouxe Inês de volta e a instalou em sua casa, onde viveram maritalmente e tiveram quatro filhos.
A ambição dos parentes de Inês, o crescente poderio da família Castro e as intrigas que fervilhavam em todo o reino fizeram o rei decidir matar Inês e seus filhos, em1355. Depois de muitas tentativas de vingança e da também morte de seu pai Afonso IV, Pedro é coroado rei. Assim, ordena que os restos mortais de Inês sejam levados para o mosteiro de Alcobaça, entre alas de servos empunhando grandes velas acesas, para ser coroada Rainha, em 1357 e logo depois sepultada em uma das obras de arte sepulcral mais admiradas do mundo. Dez anos depois morre também Pedro I e segundo sua vontade, são sepultados frente a frente, para que segundo a lenda, possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final.
Daí a expressão popular "Agora é tarde, Inês é morta”, usada quando tenta-se resolver fatos que já não tem solução, utilizada como título de uma das obras do (foda) escritor brasileiro Roberto Drummond e em vários outras produções literárias como o poema A morte de Inês, de Bocage.