
Meu espelho, meu melhor amigo. Penso em ti todos os dias. Brinco de imaginar como seria, que a nossa vida está viva em algum lugar por aí.
O último abraço. A última vez em que te vi. E esse vazio nunca mais passou. Amor da minha vida, foi hoje, há onze anos atrás.
"Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias!
Glória à farofa
à cachaça, às baleias!
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais!
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo..."
(Mestre Sala dos Mares)
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Desobedecendo a racionalidade eu poderia ler essas duas palavras por horas e horas e horas e horas e horas seguidas.
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