O antes sem voz cala o grito e parte, sem ferir. Despedida serena em silêncio. Adeus com os olhos. À Deus com os olhos, eles vão te fitar sem vontade. Desprovida de desejo. A mão no queixo. Adoração, não querer.
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"Não quero mudar você nem mostrar novos mundos porque eu, meu amor, acho graça até mesmo em clichês. Adoro esse olhar blasé que não só já viu quase tudo, mas acha tudo tão déjà vu mesmo antes de ver. Só proponho alimentar seu tédio. Para tanto, exponho a minha admiração. Você em troca cede o seu olhar sem sonhos à minha contemplação: aí eu componho uma nova canção. Adoro, sei lá por que, esse olhar meio escudo que em vez de qualquer álcool forte pede água perrier. Que não quer o meu álcool forte e sim água perrier". (Adriana Calcanhotto)